Luiz Cirilo de Souza nasceu na cidade
de Açu, em 21 de novembro de 1893, e faleceu em Areia Branca em24/02/1986.
Muito jovem, após a morte do seu pai, tornou-se arrimo de família, por ser o
mais velho, e também por sua disposição para enfrentar a luta. No final do ano
de 1912, mudou-se para Mossoró, em busca de melhores condições de vida, para
si, sua mãe e irmãos.
Em 1913, teve inicio a construção da
ferrovia MOSSORÓ – PORTO FRANCO, iniciativa do empresário Vicente Saboia
conhecido popularmente como Saboinha. O jovem Luiz Cirilo, não hesitou em ser
um trabalhador braçal da mesma, sempre pensando no bem estar da família. Após a
inauguração da Estrade de Ferro Mossoró x Porto Franco em 1915, para Luiz
Cirilo, devido ao seu dinamismo, não foi difícil ingressar na nova empresa,
inicialmente trabalhando na oficina em Porto Franco, e posteriormente como
guindasteiro.
No povoado de Porto Franco,
permaneceu por cerca de 26 anos, onde conheceu e casou-se com Petronila de
Souza, e no inicio de 1941, mudou-se definitivamente para Areia Branca. Dessa
união, nasceram 12 filhos, que o saudoso Deífilo Gurgel em seu livro Areia
Branca A Terra E A Gente, na página 211, lhe atribuiu apenas 11, omitindo o
nome de Luiz Cirilo Filho, que era conhecido como Lucas. Feita esta correção,
ficam os mesmo na seguinte ordem:
01 – Izabel Cirilo de Souza
02 – Francisco Cirilo de Souza
03 – Antônio Cirilo de Souza
04 – Jose Cirilo de Souza
05 – João Cirilo de Souza
06 – Luiz Cirilo filho (Lucas)
07 – Maria Cirilo de Gois (Fiinha)
08 – Maria Bernadete de Souza e
Silva (Bernadete)
09 – Manoel Cirilo de Souza (Néo
Cirilo)
10 – Pedro Cirilo de Souza
11 – Maria das Dores de Souza Pereira
(Dorinha)
12 – Vicente Cirilo de Souza.
Dos 12, restam apenas Bernadete, Néo,
Dorinha e Vicente. Dois fatos interessantes, sobre os filhos de Luiz Cirilo, é
que até pouco tempo não sabia (e acredito que muitos) que Lucas chamava-se Luiz
Cirilo Filho, e Fiinha chamava-se Maria Cirilo de Souza, posteriormente de
Gois, por ter se casado com Vicente Simão de Gois, cuja marcenaria trabalhei
durante certo tempo.
Com seu grande tino empresarial,
observando o crescimento do numero de passageiros Mossoró x Porto Franco,
comprou a lancha Ida, para fazer a ligação Porto Franco x Areia Branca. Pouco
tempo depois, adquiria a lancha Santa Izabel, que já foram objeto de um texto
no blog. Ainda em Porto Franco, Luiz Cirilo foi um dos primeiros moradores a
possuir um automóvel. Um dos fatos marcante da vida de Luiz Cirilo foi à de que
a população carente dos povoados de Grossos, Porto Franco, Córrego, Carro Quebrado,
Gangorra e adjacências, foram transportados gratuitamente sempre quando era
necessário.
Outro fato marcante na vida de Luiz
Cirilo, foi a assistência prestada aos familiares de Lauro Monte, Humberto
Mendes e Saboinha, que vieram se refugiar em Areia Branca, antes da invasão do
Bando de Lampião a Mossoró, tendo sido estas famílias transportadas de Porto
Franco, para as barcaças da empresa Monte & Cia., que depois passou-se a
chamar Mossoró Comercial e Navegação Ltda., e que ficaram fundeadas por alguns
dias na Boia de terra, em frente a praia de Upanema.
Sempre preocupado com o bem estar da
população da cidade de Areia Branca, devido a dificuldade de consumo de agua
potável, que vinha das cacimbas de Upanema, através de burros e carroças, que
também já foi objeto de um texto neste blog. Em 1950, adquiriu um batelão, que
transportava agua potável de Grossos para Areia Branca. E ainda pensando no
social, durante a gestão do Prefeito Luiz Fausto de Medeiros, Luiz Cirilo não
só doou um terreno, como também ajudou financeiramente, para que fosse criada a
Escola Rural do povoado de Carro Quebrado.
A história do desenvolvimento de
Areia Branca, de certa forma está ligada ao sucesso de Luiz Cirilo. Ainda na
década de 50, ele incorporou ao sistema rodoviário, dois micro-ônibus para
atender a movimentação de passageiros entre as cidades de Areia Branca,
Mossoró, Assú e Macau.
Certa vez encontrei com ele na Praça
XV no Rio de Janeiro, não recordo o ano, porém creio que foi na década de 70,
acompanhado de uma jovem, e que devido ao pouco tempo de contato, não fiquei
sabendo quem era, porem deduzo em minhas lembranças, que era a esposa de
Vicente Cirilo.
Esta foi a vida de Luiz Cirilo, um exemplo a ser seguido.
FONTE – ERA UMA VEZ AREIA BRANCA
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